segunda-feira, 1 de junho de 2009

Pesadelo I

Se há sitio onde não consigo evitar o absorver-me em pensamentos absurdos, esse sitio é a praia. As pessoas normais jogam a variadissimas coisas com bolas e raquetes, eu sou demasiado flácida para isso. Há ainda quem leia avidamente não se importando com a sombra que o livro faz sobre si, impedindo o tão valoroso bronze, eu sou demasiado fútil para isso. Outra actividade por mim muito apreciada é o mergulho no mar, mas parece haver sempre algo disposto a impedi-lo. Durante muitos anos foi a minha mãe e a conversa da digestão da bolacha que tinha comido há 3 horas, agora, que já me emancipei gástricamente, perdi a imunidade ao frio e não percebo como é que os putos entram na agua gelada e ficam la horas. Portanto, a partir dos 12 anos, que foi quando deixei de ter tamanho para brincar com pás e baldes sem ser olhada de lado, costumo olhar para o mar e pensar.

Já varias vezes que imagino esta história. Que é um pesadelo.

Uma conversa entre amigos que estão na praia.
1-Comprei uma camisola azul
2- Deve ser gira, mas é mais ou menos de que azul?
1- Opa, azul azul. Assim meio escuro, forte.
2- Isto das cores é uma cena tramada, não sei se estamos a falar da mesma cor.
1-Parecido com o simbolo da camy, lembras-te?
2- Tou a tentar visualizar..
1- Olha tal e qual o azul ali do mar (e aponta)
2- Aaah! Da cor dos meus cortinados então..
1- Sim, exactamente.
2- Ah! é gira então...
E depois vê-se pelo olho do 1, (o cinema e as camaras subjectivas..) e ele afinal vê o mar amarelo.